China Pede Perdão à Mulher Obrigada a Abortar Feto de 7 Meses



china

As autoridades da cidade chinesa de Ankang emitiram um pedido desculpas à mulher que foi forçada a realizar um aborto aos sete meses de gestação e também destituíram três funcionários da área da saúde envolvidos no caso, informou nesta sexta-feira a agência oficial "Xinhua".


Apesar de ter ocorrido há duas semanas, o caso só veio à tona após a divulgação de várias imagens de Feng Jianmei na internet, onde a mesma aparece abatida na cama de um hospital ao lado do bebê morto, um fato que gerou muita indignação popular na China e no resto do mundo.

Segundo a agência "Xinhua", os funcionários foram destituídos por descumprirem as leis do país, que proíbem expressamente abortos de fetos com mais de seis meses de gestação. Entre os funcionários afastados, figuram o director do Birô de Planeamento Familiar do condado de Zhenping, situado na província de Shaanxi (centro oeste da China).

Os afastados alegaram que o aborto ocorreu dentro da lei e com o consentimento da própria mãe, embora a gestante tenha denunciado que foi detida durante três dias, forçada a fazer o aborto e também obrigada a assinar um documento de consentimento, o qual estabelece que a mesma não poderá pagar uma multa para ter um segundo filho.

De acordo com a agência oficial, além de pedir desculpas publicamente e afastar os funcionários, as autoridades de Ankang ainda cobrou o desenvolvimento de uma séria investigação para apurar o trabalho do Birô de Planeamento Familiar e mais esforços para proteger os direitos dos cidadãos.

O caso de Feng recebeu cerca de 500 mil comentários nas redes sociais chinesas, onde muitos usuários denunciaram a existência de um esquema de corrupção na cobrança das multas relacionadas ao segundo filho, cuja quantidade varia de acordo com a província.

Perguntado se este caso evidência o problema da violência contra mulheres em ralação à política do único filho que persiste na China - como apontam algumas organizações de direitos humanos -, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Liu Weimin preferiu manter o silêncio e evitar comentários.

A política do único filho entrou em vigor na China em 1979 com o objectivo de estabelecer um controle radical da natalidade no país mais povoado do mundo.




Compartilhe este artigo :


Share

0 comentários:

Siga o Moz Maníacos no Facebook

Olá leitor,
Nao comente como Anónimo Use a opção Nome/Url para comentar com seu Nome ou Nick. Obrigado!