Custo de Vida em Moçambique



Custo de Vida em Moçambique
Vendedeira de castanha assada.

Antes de falar de Maputo, como sempre faço, vou viajar para a Província de Tete para começar a comentar sobre o assunto custo de vida em Moçambique. Lido com gente que por diversas obrigações é obrigada a escalar este ponto do país, porque quase tudo agora gira em torno daquelas bandas. As maiores empresas de exploração de carvão estão lá.

O resultado disso? É o óbvio. Tudo é oneroso. Até coisas tidas como básicas para o dia-a-dia dos residentes da província. E quem sofre com tudo isto é o povo. Porque o custo de vida ficou caro para todos, tanto para os investidores como os residentes (diga-se de passagem, os mais humildes).

O negócio que está a “bater”  é o arrendamento de imóveis. Os que tem visão constroem casas e arrendam para os trabalhadores que muitas vezes estão em Tete de diversos pontos de Moçambique, sobretudo Maputo, a procura de melhores condições de vida e de oportunidades de negócios com os próprios investidores, que não são poucos. Estes costumam estar dispostos a pagar. Claro, os valores do arrendamento são considerados como trocados para este grupo.

Tete virou uma espécie de África do Sul, dentro de Moçambique (para quem não sabe, desde o tempo do colonialismo, os moçambicanos emigram para a chamada “terra de rand, com o intuito de melhorar a vida. Lá trabalham nas minas e farmas).

Agora voltando onde estou, Maputo onde conheço um pouco melhor. Por aqui há solução económica para todo tipo de camada social, por isso registam-se muitos casos de êxodo rural. Várias pessoas saem do campo para a capital, anos depois convidam a família e por essa razão "a cidade fica inundada”.

Os mais humildes conseguem sobreviver pois existem diversos pontos tanto para fazer qualquer tipo de negócio, bem como para comprar qualquer coisa. Existem mercados, supermercados e muito mais. Sem contar com os informais que andam cheios. Acredito que este grupo existe em maior número se comparado com os formais.

Quem frequenta os mercados comuns em geral é o povo. Nestes locais, com quinhentos meticais é possível fazer um rancho vistoso. O que não acontece nos supermercados.

No que toca a habitação, no capítulo de arrendamentos, existem casas para todos os bolsos. As mais humildes estão nas zonas suburbanas e claro são as mais baratas.

Por aqui o mais difícil é obter uma casa própria, pior se for uma pessoa sem muitos recursos financeiros. Está muito difícil construir. A confusão começa com a aquisição de um terreno, que por lei é propriedade do Estado, mas vende-se, e o preço?

Depois de desembolsar uns milhares de meticais para comprar terreno, segue-se a fase de implantação da dita casa. A mais complicada de todas e muitas vezes fica-se pelo esqueleto. O material de construção é bem caro e para ter uma casa condigna leva-se anos e muitos ficam pela metade mesmo.

Leitura recomendada:

Como Criar uma Empresa em Moçambique


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1 comentário:

  1. Este
    artigo e, , sem dúvida, de grande interesse,
    já que afecta as pessoas de mais baixa condição e leva-nos a pensar que,
    por vezes a falta de imaginação é, assim, como que uma uma espécie
    dedoença crónica, e eu explico porquê:-



    1)- A exploração mineira em Tete

    Lógicamente,
    a exploração mineira foi, é e será sempre um foco de atracção para
    classes trabalhadoras e, como muito bem refere o articulista, Tete
    tornou-se neste aspecto e ainda bem, uma segunda Africa do Sul.
    Gostaria, no entanto de mencionar que, nas minas da Africa do Sul, elas
    próprias resolvem o problema de habitação dos seus efectivos e dados os
    elevados numeros de trabalhadores que ali exercem a sua actividade
    surgiram, paralelamente, nas proximidades cidades, no sentido real do
    termo, com infra-estruturas comerciais, câmara, hospitais e tudo o que a
    uma cidade diz respeito, como é o caso de Carltonville, Welkom,
    Stillfontein, Klerksdorp e porque não ,até Joanesburgo e outras.



    Quero com isto dizer que, é da responsabilidade das
    companhias mineiras resolver o problema de habitação do seu pessoal, até
    para seu próprio interesse.

    Como todos nós temos
    necessidades básicas de que não podemos prescindir, é lógico pensar que
    estes aglomerados populacionais, geram oportunidades comerciais de
    vária ordem, incluindo a agricultura, que devem ser devidamente
    exploradas por aqueles ou aquelas que para isso tem vocação.



    Sendo Tete tão próximo da Angónia, zona por excelência
    para o cultivo de todas as especies vegetais, não se compreende muito
    bem a caristia de vida, no que concerne aos produtos basicos
    alimentares.O potencial está lá, é preciso é imaginação e explorá-lo.



    2)-Vida nas cidades-Construção de casas

    É triste
    ter que o dizer, mas os governos, que Moçambique tem tido após a sua
    independência, por ignorância ou simples prazer de vingança - e
    pergunta-se, vingança de quê?-pensaram sempre que, ao ficar com as casas
    deixadas pelos brancos, tinham o seu problema habitacional resolvido.
    Puro erro. Pois de acôrdo com os princíos de "supply and demand" isto é
    um processo que não pode estagnar e carece de uma evolução contínua.


    Isso poderia ter tido as suas vantagens a curto prazo
    mas, a partir do momento em que não houve continuidade nem a
    necessária conservação e à medida, que as pessoas chegavam a Maputo em
    catadupas, o problema habitacional começou a agravar-se, pois nem havia
    casas, nem aqueles que eventualmente poderiam construi-las se sentiam
    motivados a fazê-lo, dadas as leis anacrónicas que regem este
    país.Daqui resultou a especulação de todos bem conhecida praticada por
    individuos bem posicionados,e que só terminará mudando não só as leis,
    mas acima de tudo, as pessoas que ocupam certos cargos para que não
    estão qualificadas.


    Não esqueçamos que Moçambique caminha para os trinta e
    oito anos de independência e já houve tempo mais que suficiente para
    preparar quadros que possam gerir o país de uma forma isenta de
    compromissos políticos e desenvolvê-lo de maneira a que todos os seus
    habitantes possam beneficiar dos seus recursos naturais. Se não os têm,
    importem-nos, pois há muito boa gente a querer contribuir para a
    felicidade dos Moçmbicanos. Da maneira que está, nunca mais lá
    chegaremos. E é pena.


    Saudações cordiais

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